quinta-feira, 23 de julho de 2015

Criar

Apesar de aparentar fragilidade e muitas lágrimas transbordarem de mim, a força que tem crescido aqui dentro é insana, imensa. É como se todos os instintos, forças da natureza, faro animal despertassem em alta potência.
A mulher grávida não está frágil... Ela está mais sensível, mais artística, sincera, mais autocentrada, muito mais confiante - mesmo sentindo medo a todo momento - de errar, de não beber água o suficiente ou comer frutas e verduras o bastante para nutrir o bebê.
Engraçado, como a junção de dois espíritos habitando um só corpo pode ser uma experiência, realmente, Divina, transcendente e universal.
Ter um filho dentro de nós é, de repente, se dar conta disso, profundamente, e chorar, sentindo algo incrivelmente inédito dentro do peito, que nos rasga em uma imensidão inenarrável. Nos permite virar animais quando preciso, proteger e cuidar de nós mesmas como leoas, pois agora é disso que depende sua cria... Não há falta de cuidado pessoal ou autoestima baixa que não se renda a uma gravidez rodeada de amor. É querer ouvir apenas ao seu próprio instinto e a mais ninguém, porque naquele momento parece que você sabe exatamente o que será melhor pra vocês, em cada detalhe. É conseguir estipular o seu limite de espaço. É descobrir milhares de mulheres que existiam em você e você mal fazia ideia da existência delas...
Mas, principalmente, estar grávida é como a beleza e a paciência do Sol, que nasce todos os dias e, a cada nova manhã, proporciona uma única, linda e quente sensação de eternidade.