Apesar de aparentar fragilidade e muitas lágrimas transbordarem de mim, a
força que tem crescido aqui dentro é insana, imensa. É como se todos os
instintos, forças da natureza, faro animal despertassem em alta
potência.
A mulher grávida não está frágil... Ela está mais
sensível, mais artística, sincera, mais autocentrada, muito mais
confiante - mesmo sentindo medo a todo momento - de errar, de não beber
água o suficiente ou comer frutas e verduras o bastante para nutrir o
bebê.
Engraçado, como a junção de
dois espíritos habitando um só corpo pode ser uma experiência,
realmente, Divina, transcendente e universal.
Ter um filho dentro
de nós é, de repente, se dar conta disso, profundamente, e chorar,
sentindo algo incrivelmente inédito dentro do peito, que nos rasga em
uma imensidão inenarrável. Nos permite virar animais quando preciso,
proteger e cuidar de nós mesmas como leoas, pois agora é disso que
depende sua cria... Não há falta de cuidado pessoal ou autoestima baixa
que não se renda a uma gravidez rodeada de amor. É querer ouvir apenas
ao seu próprio instinto e a mais ninguém, porque naquele momento parece
que você sabe exatamente o que será melhor pra vocês, em cada detalhe. É
conseguir estipular o seu limite de espaço. É descobrir milhares de
mulheres que existiam em você e você mal fazia ideia da existência
delas...
Mas, principalmente, estar grávida é como a beleza e a
paciência do Sol, que nasce todos os dias e, a cada nova manhã,
proporciona uma única, linda e quente sensação de eternidade.
quinta-feira, 23 de julho de 2015
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